Não é exagero dizer que a história do algodão brasileiro não seria a mesma se não fosse por Jorge Maeda, empresário e engenheiro agrônomo que presidiu durante décadas o Grupo Maeda, uma das maiores empresas do agronegócio nacional.
Ao longo de sua trajetória, ainda ocupou cargos de destaque em várias entidades, como a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), a Câmara de Algodão BM&F e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).
Também liderou o caso da OMC contra os subsídios dos Estados Unidos no setor de algodão (onde o Brasil terminou vitorioso) e esteve à frente da constituição de importantes joint ventures, como a Tropical Bioenergia (Maeda, British Petroleum e Santa Elisa Vale), Sementes MDM (Maeda, Delta Pine e Monsanto) e Jaborandi Propriedades Agrícolas SA (Maeda e Brasil Agro SA), entre outras.
Essa pequena introdução, evidentemente, não faz jus a tudo aquilo que Jorge Maeda representa para o agro brasileiro. Não por acaso, ele é constantemente homenageado por importantes entidades, associações, grupos e empresas ligados ao algodão.
Appa
A mais recente delas aconteceu no mês passado, em Campos de Holambra, pela Associação Paulista dos Produtores de Algodão (Appa), em solenidade que marcou os 25 anos de fundação da entidade.
Durante o evento, com a participação de aproximadamente 250 pessoas, foram homenageados os pioneiros do setor, passando pelos pesquisadores, colaboradores, produtores, empresas da cadeia e autoridades locais.
Jorge Maeda foi escolhido para receber a homenagem por ser, de acordo com a própria associação, um ícone do algodão brasileiro, além de ter ocupado o cargo de presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
A Appa destacou que Jorge Maeda desempenhou papel fundamental na entidade, particularmente em períodos de significativa transformação e crescimento da cotonicultura brasileira.
Defensor da inovação e da sustentabilidade, ele promoveu práticas que ajudaram a transformar o Brasil em um dos principais produtores e exportadores mundiais de algodão.
“A Abrapa, com as iniciativas que ele apoiou, fortaleceu a qualidade e a eficiência da produção nacional, incentivando o uso de tecnologias avançadas e reforçando a colaboração entre os produtores, o que elevou o algodão brasileiro posto que tem ocupado atualmente”, ressalta a diretora de Relações Institucionais da Abrapa, Silmara Ferraresi.
Importância do algodão
Em seu discurso após receber a homenagem, Jorge Maeda falou sobre a história da Abrapa, destacou a importância do algodão para a economia brasileira e se emocionou ao lembrar acontecimentos de sua trajetória pessoal e profissional.
“O algodão é um grande orgulho para os brasileiros e para toda a história da Abrapa. Hoje, o nosso algodão é referência mundial e é utilizado para produzir roupas de qualidade nos mais diversos países”.
“Isso é excelente para a economia e consequência do trabalho sério de produtores e associações. Só tenho a agradecer a todos por essa homenagem, que foi bastante emocionante”, completou.
Homenageado foi fundamental em disputa entre Brasil e EUA na OMC
Quando presidiu a Abrapa, Jorge Maeda foi um dos responsáveis pelo livro “A saga do algodão – Das primeiras lavouras à ação na OMC”, publicado em 2024 e ainda hoje considerado uma referência no assunto.
A obra apresenta a história do algodão do Brasil e se aprofunda na ação envolvendo o Brasil e os Estados Unidos na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Essa disputa foi iniciada pelo Brasil em 2002 e envolveu subsídios domésticos concedidos pelos EUA a seus produtores de algodão, bem como os programas de garantias de crédito à exportação, considerados incompatíveis com o Acordo de Agricultura e o Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias da OMC.
A ação foi vencida pelo Brasil graças aos esforços inenarráveis de Jorge Maeda.
Livro
O livro “A Saga do Algodão – das primeiras lavouras à ação na OMC”, publicado em 2004, traz depoimentos de grandes referências para o produto e para a economia, com destaque para o próprio Jorge Maeda e Hélio Tollini, Andrew Macdonald e Celso Amorim.
“O agronegócio brasileiro, em particular o do algodão, entrou para a história da Organização Mundial do Comércio (OMC), com a decisão do painel que questionava os altos subsídios concedidos pelo governo dos Estados Unidos a seus produtores”.
Reconhecimento
“A mídia, brasileira e estrangeira, adotou a palavra ‘vitória’ para expressar este importante resultado. Mas os produtores acreditam que a melhor forma de expressar o grande momento da nossa cotonicultura é: reconhecimento”, escreveu Jorge Maeda no prefácio do livro.
Dessa forma, fica claro que esse grande empresário foi capaz de mudar a história do algodão no Brasil e defender os interesses dos produtores brasileiros diante dos abusos até então cometidos pelos EUA.
Por tudo isso e muito mais que representa ar o município, a Tribuna de Ituverava parabeniza Jorge Maeda pela sua trajetória, que tem sido marcada por conquistas, trabalho, empenho e inovação. O semanário reitera: se não fosse por ele, a história do algodão no Brasil não seria a mesma.
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