Por Marcelo Godoy – Estadão
Policiais foram presos e teriam cometido o crime enquanto revistavam uma casa; vítima só revelou abuso no dia seguinte; agentes alegam inocência e dizem que são vítimas de armação feita por traficantes
O Tribunal de Justiça Militar (TJM) deve dar nesta quinta-feira, dia 12, a palavra final sobre um dos mais graves casos de violência policial registrados neste ano no interior paulista: o estupro de uma adolescente de 12 anos. O cabo Wellington Camargo da Silva teria cometido o crime com a conivência de Fernando Silva Teles por volta das 4h50 de 29 de abril no bairro da Ferradura Mirim, em Bauru, a cerca de 340 km da capital. Os policiais estavam sem câmera corporal.
A investigação e o processo do caso correram em segredo de Justiça. Os cabos foram presos e condenados em 8 de agosto pela 4.ª Auditoria da Justiça Militar a 9 anos e 7 meses de prisão pelo estupro e a 1 ano e 3 meses de prisão por abuso de autoridade. Um terceiro acusado – um soldado – foi absolvido. Os advogados dos policiais recorreram da decisão e é a apelação da defesa que será julgada pelo TJM, a 2.ª instância da Justiça Militar estadual. Os PMs alegam inocência e dizem que são vítimas de uma armação feita por traficantes de drogas.
De acordo com a denúncia apresentada pela promotora Giovana Ortolano Guerreiro, os acusados estavam de serviço quando foram acionados para averiguar uma denúncia sobre um homem que estaria armado num local que, segundo os policiais, era conhecido como ponto de venda de drogas. Três PMs entraram no terreno, onde havia três casas conjugadas, e um quarto policial ficou tomando conta das viaturas.
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