Por Levy Telles
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo, 22, que a Organização das Nações Unidas (ONU) precisa passar por uma “transformação” para resolver a questão da governança global, que está em crise, segundo ele. No discurso, Lula criticou o Conselho de Segurança, pediu mais representação do “sul global” e defendeu a ONU como instância de resolução de problemas globais.
“A crise da governança global requer transformações estruturais, a pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais”, disse Lula. A fala ocorreu na Cúpula do Futuro, que precede a 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Prosseguindo com as críticas, Lula falou que a Assembleia Geral perdeu a “vitalidade”. “A maioria dos órgãos carecem de autoridade, de meios de implementação. A Assembleia Geral perdeu a sua vitalidade e o conselho econômico e social foi esvaziado. A legitimidade do Conselho de Segurança encolhe a cada vez que ela aplica duplos padrões, ou se omite diante de atrocidades”, afirmou. “O Sul global não está representado de forma condizente com o seu atual peso político e econômico.”
O Sul Global reúne nações pobres e e emergentes, representado especialmente pelos Brics, bloco que reúne esses principais países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Como mostrou o Estadão, Lula defende o protagonismo desse grupo, mas analises apontam essa divisão como imprecisa e até mesmo contraditória em alguns aspectos.
Lula também criticou a hesitação em nações em firmar compromissos contra a desigualdade social, as mudanças climáticas e a fome. “Naturalizar a fome, de 733 milhões de pessoas, seria vergonhoso. Voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo o que construímos tão arduamente”, disse.
Em seu discurso de cerca de cinco minutos de duração, Lula falou sobre a necessidade de ações para coibir os efeitos das mudanças climáticas. “Os níveis atuais de redução de emissão de gases de efeito estufa e financiamento climático são insuficientes para manter o planeta seguro”, criticou. “O Pacto Pelo Futuro nos dá o caminho a seguir.”
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