Marcelo Godoy
Delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), o empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach tinha uma sentença de morte contra ele decretada pela facção. Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões de recompensa pela cabeça do delator.
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O empresário revelou em seu acordo de delação premiada que soube que havia uma oferta de dinheiro pela sua morte. Gritzbach entregou aos promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), também como parte da delação, um áudio em que um advogado, segundo ele ligado à cúpula da facção e acusado de lavar dinheiro do crime organizado, falava do prêmio. A ação contaria com a anuência da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Registrada na 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, a delação de Gritzbach tem seis anexos. Para cada um deles, o empresário prestou depoimentos gravados a partir de maio deste ano. Também forneceu gravações, cópias de mensagens e documentos que estão com os promotores do Gaeco.
O áudio que menciona a recompensa, ao qual o Estadão teve acesso, tem 4 minutos e 59 segundos de duração e faz parte do Anexo 6 da delação, onde estão as denúncias de corrupção policial feitas por Gritzbach. A conversa se dá entre um investigador não identificado que trabalhava no Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e o advogado Ahmed Hassan, o Mude, acusado de ser ligado à cúpula da facção, e foi gravada pelo próprio Gritzbach sem o conhecimento dos outros dois no escritório dele.
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