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Opinião: Bolsonaro larga a disputa de São Paulo para lá, enquanto Marçal começa a tomar o seu público

Por Monica Gugliano – Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro parece ter desistido da eleição municipal em São Paulo, onde pretendia se consagrar como o grande líder da direita e da oposição e abrir caminho para a eleição ao Senado, em 2026, de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL). Na agenda distribuída por sua assessoria, sua última vinda ao Estado será nesta terça, 10, quando estará com seu irmão, o candidato a prefeito em Registro, Renato Bolsonaro (PL). Depois disso, ele vai a pelo menos nove cidades e a Santa Catarina, locais em que os candidatos dele têm chances de vitória. Os demais como, por exemplo, Recife, onde o ex-ministro do Turismo e sanfoneiro Gilson Machado, segundo a Paraná Pesquisas, perde de lavada para o prefeito João Campos (PSB), não sentirão nem o cheiro do ex-presidente.

O último ato público, no tão esperado 7 de setembro, convocado para pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, não foi um fracasso de público – embora menor do que o realizado em fevereiro – mas, politicamente falando, foi um desastre. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que, se prevalecesse a vontade do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), contaria com o apoio de Bolsonaro, sumiu no palanque. O discurso do ex-presidente foi mais do mesmo. E quando tudo estava acabando, apareceu Pablo Marçal (PRTB) querendo subir no caminhão. Pronto. Começava a barafunda.

Um dos organizadores do evento, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, impediu Marçal de subir no trio. “Traidor, arregão, palhaço, aproveitador”, disse em um vídeo compartilhado pelo ex-presidente em uma de suas listas de transmissão, após o fim do comício. O religioso explicou que o ato já tinha terminado e, por isso, ninguém mais poderia subir. Em nota, Marçal contesta a versão. Malafaia dá a tréplica em um vídeo, publicado nesta segunda-feira, 9, dizendo que o influenciador só apareceu quando tudo estava finalizado e volta a xingar o influenciador.

Terminado ou não, Marçal conseguiu o que queria. Segundo a Coluna do Estadão, no Instagram dele, o vídeo anunciando que iria ao ato, acumulava 6,1 milhões de visualizações. Outra postagem, dessa vez, na Avenida Paulista, teve mais que 7 milhões de views, em menos de 48 horas.

A base bolsonarista raiz está simplesmente apaixonada pelo ex-coach, seu boné e os três dedos em que ensina a fazer o “M”. Não importa que seja uma figura sob a qual pairam denúncias e processos de todo tipo. O que interessa é seu perfil moldado sob medida para o gosto daqueles que, com Bolsonaro inelegível, buscavam um herdeiro para desaguar os votos da direita que não se conformavam em entregar a Nunes. Ainda que, pelas circunstâncias do momento, ele seja um filho sem o nome do pai na certidão de nascimento.

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