POr Rayssa Motta
Acomodado entre dois pequenos edifícios residenciais no centro de Joinville (SC), o Fórum Trabalhista destoa da paisagem. A construção de janelas gradeadas e paredes pintadas de bege e cor de telha tem 11 andares, mais que o dobro do tamanho dos vizinhos. Os primeiros pavimentos estão reservados para recepção, garagens, salas de audiência e setores administrativos. É a partir do 6º andar que estão instaladas as Varas do Trabalho e onde despacham os juízes. Até abril, o juiz Cesar Nadal Souza ocupava uma das salas na repartição. Era titular da 1.ª Vara do Trabalho de Joinville. Souza deixou o cargo no ano passado ao se aposentar voluntariamente por tempo de serviço. Já fora da jurisdição, recebeu o segundo maior salário do Poder Judiciário em 2024, R$ 672.663,87.
O subsídio-base do juiz Cesar Nadal Souza (R$ 37.731,80) corresponde a pouco mais de 5% do valr que ele efetivamente recebeu em dezembro de 2024. O contracheque foi inflado por uma série de penduricalhos pagos por meio da rubrica “vantagens eventuais”, como 13.º salário e reembolso por férias atrasadas. São verbas contadas fora do teto do funcionalismo e que não sofrem incidência de imposto de renda. Apenas a título de gratificação natalina, por exemplo, ele recebeu R$ 31,2 mil.
Em nota, o Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina informou que o valor recebido pelo juiz Cesar Nadal Souza é decorrente de uma decisão da Justiça Federal que determinou o pagamento retroativo do abono de permanência, com juros de mora e correção monetária
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