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PIB engata 4º ano de bom crescimento. Por que então esse sentimento de fracasso na economia?

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Por Alexandre Calais – Eatadão

O desemprego está em torno de 6,6% – O menor da história brasileira

A economia brasileira cresceu 3,4% no ano passado. Isso fecha um quadriênio bastante positivo, depois do desastre da pandemia, quando houve uma queda de 3,3%. Foram altas seguidas de 4,8% (2021), 3% (2022) e 3,2% (2023), números que podem ser considerados significativos quando se trata do Brasil. Por que então temos esse sentimento de fracasso na economia?

Números são importantes, mas não mostram tudo. O Brasil tem exibido indicadores bastante positivos nos últimos tempos, mas, em geral, são a parte meio cheia do copo.

O desemprego, por exemplo, atingiu os menores níveis históricos no ano passado — a taxa média foi de 6,6%, o melhor resultado desde o início da série iniciada em 2012 pelo IBGE, praticamente um “pleno emprego”. Mas que desemprego é esse? Dos 103 milhões de pessoas que tinham uma ocupação no ano passado, 39% estavam na informalidade. Dezenove milhões de pessoas estavam “subocupadas”

 

A renda média anual cresceu 1,5% em relação a 2023, e ficou em R$ 3.225. Foi o segundo ano seguido de alta, o que poderia ser considerado bom. Mas é praticamente o mesmo valor registrado uma década antes: em 2014, o valor foi de R$ 3.125. Ou seja, a sensação é de que não saímos do lugar.

O número de famílias endividadas recuou no ano passado em relação a 2023, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio em janeiro. Caiu de 77,6% para 76,7%, uma diminuição que, na prática, significa bem pouco. O número continua alto e a sensação de todos é sempre de estar com a faca no pescoço.

Outro número divulgado nesta quinta-feira, 6, pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mostra que a confiança do consumidor paulista na economia está em queda. Era de 100 pontos em janeiro (índice considerado como “neutro”) e ficou em 98 pontos no mês passado (já no campo “pessimista”). A ACSP avalia que a queda da confiança tem relação com uma “percepção menos positiva da situação financeira das famílias, atrelada à deterioração das expectativas futuras em relação à renda e ao emprego”.

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