‘Pô, bicho, vamos tentar vender isso aqui?’, teria dito o então presidente da República ao ajudante de ordens; dinheiro, segundo tenente-coronel, era arcar com multas por não usar máscara na pandemia de Covid-19, capacete em ‘motociatas’ e ações judiciais perdidas; Bolsonaro diz que delação é ‘fantasiosa’
POr Heitor Mazoco
Em um dos depoimentos prestados pelo tenente-coronel Mauro Cid, delator no inquérito que investigou esquema envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma tentativa de Golpe de Estado, há declaração de que o ex-chefe do Poder Executivo federal pediu levantamento de valores de presentes recebidos de autoridades da Arábia Saudita. O esquema da entrada ilegal de joias sauditas no País por Bolsonaro foi revelado em março de 2023 pelo Estadão.
O depoimento ocorreu à Polícia Federal, em agosto de 2023. O conteúdo do depoimento, incluindo os vídeos das oitivas, foi tornado público na quarta-feira, 19, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Ex-presidente tem dito que a delação de Cid é “fantasiosa”. Ele também afirma que denúncia da Procuradoria-Geral da República é ‘inepta’, ‘precária’ e ‘incoerente’
“Ele pediu para verificar quais seriam os presentes que poderiam ter algum valor. A maneira mais fácil de quantificar seria pelos relógios, por causa da marca. Eu fiz um levantamento. A gente viu qual relógio poderia ser quantificado, qual podia realmente ter algum valor. Nessa relação, o Rolex estava entre eles. Apresentei essa lista (para Bolsonaro) e ele falou: ‘Pô, bicho, vamos tentar vender isso aqui?’ Ele autorizou a vender o Rolex e outros apetrechos”, afirmou Cid em seu depoimento à PF..
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